A Polícia Federal confirmou nesta quarta-feira (19/10) a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz federal Sergio Moro, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, em caráter preventivo, quando não há data de soltura prevista.
Segundo a reportagem de Veja, o ex-deputado foi preso perto da casa em que vive na capital federal e já está a caminho de Curitiba, onde deve estar chegando.
Moro autoriza em seu despacho que os agentes adentrassem na casa de Cunha com as cautelas devidas para evitar incidentes desnecessários.
O mandato de deputado de Eduardo Cunha foi cassado no mês de setembro, o que tirou o peemedebista da condição de foro privilegiado, podendo assim ser julgado pela primeira instância da Justiça.
Ele é acusado de receber propina de contratos de exploração de petróleo, e de usar contas na Suíça para lavagem de dinheiro.
- Foto: Evaristo Sá/AFP
Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações.
Segundo a acusação, "há evidências" de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do país.
“Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não for afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, disse Moro na decisão.
A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo Federal, mas após a cassação do ex-deputado, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.
*Com informações de Veja Online e Agência Brasil
Fonte: Com informações do Notícias ao Minuto