Matéria / Polícia

Ex-procurador-geral do MP-PI é preso pelo Gaeco em THE

Operação tem como base auditoria do CNMP, que apontou o desvio de dinheiro público

24/10/2016 | Edivan Araujo
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O ex-procurador-geral do Ministério Público do Piauí Emir Martins Filho foi preso no início desta manhã, em Teresina, durante operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO). Ele é investigado por crimes praticados quando geriu o MP-PI entre os anos de 2004 e 2008.

Em comunicado emitido pelo Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal, que também atua nos trabalhos desta manhã de segunda-feira (24/10), a operação tem como base o relatório de Processo de Controle Administrativo elaborado em 2010 pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Pesam contra os investigados na operação as acusações de prática dos crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. O referido relatório apontou que auditoria realizada na folha de pagamentos dos servidores públicos do MPPI identificou desvio de dinheiro público no período de gestão de Emir Martins Filho.

Emir Martins, que já está aposentado, foi preso em seu veículo em uma avenida na zona Leste de Teresina. Segundo a PRF, ele levava uma mala com roupas e outros pertences pessoais. Em sua residência foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
Também há mandados sendo cumpridos na cidade de Picos. Ainda não foram confirmados quantos investigados foram alvos da operação nesta manhã. As ações desta manhã estão sendo coordenadas pelo promotor Rômulo Cordão, que chefia o GAECO. Foram confirmadas ainda as prisões de Tiago Sauders Martins e Susyane Araújo Lima Sauders Martins, respectivamente filho e nora de Emir, supostos envolvidos e beneficiados nas práticas criminosas apontadas pelo CNMP.

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Denúncias de repercussão nacional
Em 2008 o 180 divulgou uma série de reportagens sobre o suposto enriquecimento ilícito de ex-procurador-geral, hoje alvo da operação. O jornalismo do portal publicou informação exclusiva sobre denúncias de irregularidades e pagamentos de super-salários no Ministério Público, que teriam vazado por conta da descoberta de alguns contra-cheques de funcionários do MP. Era véspera de eleição no Ministério Público do Estado do Piauí. Após a polêmica, o procurador geral Emir Martins conseguiu eleger o nome indicado por ele, que é o de Augusto Cézar Andrade.

As denúncias mostravam que o ex-chefe do Ministério Público do Piauí só poderia ter o patrimônio que declarou ao Fisco se gastasse apenas 10% do seu salário com despesas pessoais. Além disso, imóveis listados na sua declaração de Imposto de Renda estariam com a avaliação abaixo do mercado. A notícia chegou ser publicada no site Congresso Em Foco, dando enfase inclusive para o salário de R$ 61 mil pago ao sucessor de Emir Martins, por pelo menos um mês, levando o imbróglio ao CNMP. Em 2010 o corregedor do Sandro Neis esteve no Piauí onde falou em coletiva sobre as irregularidades apontadas após inspeção feita no MP do Piauí. À época ele explicou que os processos contra o ex-procurador referiam-se ao pagamento de verbas salariais e de alteração na folha de pagamento.

Fonte: 180graus

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