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Joesley diz que prisão é covardia e desabafa: "Fui mexer com o poder e estou aqui agora"

O empresário disse ainda que se encontra na situação atual, porque “mexeu com os donos do poder”.

16/09/2017 | Edivan Araujo
Joesley Batista presta depoimento em audiência de custódia na Justiça Federal de São Paulo / Foto: Dimitrius Dantas/ Agência O GLOBO

Em audiência de custódia na Justiça Federal de São Paulo na tarde desta sexta-feira, o empresário Joesley Batista disse que sua prisão é uma “covardia". O empresário disse ainda que se encontra na situação atual, porque “mexeu com os donos do poder”.

— A (minha) prisão pedida pelo (Rodrigo) Janot foi uma covardia (...) Fui mexer com os donos do poder e estou aqui agora. Estou pagando por ter delatado o poder — disse ele, acompanhado de seus advogados.

O empresário saiu de Brasília, onde estava preso, e foi a São Paulo prestar depoimento no processo em que e e o irmão Wesley Batista são acusados de terem se beneficiado do acordo de delação premiada para obterem lucros no mercado financeiro.

Joesley ainda procurou explicar a manobra financeira que fez à época em que fez a delação poemiada.

— Vendemos ações antes (da delação) e continuamos vendendo (...) Foi por necessidade de caixa e (porque) bancos não renovaram linhas de crédito — disse ele.

O juiz da 6ª Vara Federal de São Paulo determinou a custódia de Joesley na superintendência da Polícia Federal de São Paulo, para onde ele foi levado após o fim da audiência. No local, o executivo passará a poder receber visitas.

Joesley se entregou à Polícia Federal em São Paulo no domingo e foi transferido para a carceragem da PF em Brasília no dia seguinte. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin converteu a prisão temporária de Joesley Batista e Ricardo Saud em preventiva, ou seja, sem prazo determinado.

Nesta sexta-feira, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) negou o pedido de habeas corpus da defesa dos empresários Joesley e Wesley Batista. Os advogados dos executivos afirmaram que vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Fonte: O Globo 

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