A crise econômica do país afetou profundamente e principalmente, entre outros setores, o comércio brasileiro. O número de empresas exportadoras e de produtos exportados, que contribuem para o superávit comercial, reduziu nos dois últimos anos e fez com que caíssem as cifras referentes à exportação. Em 2016, por exemplo, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o valor das exportações totais chegou a US$ 185,5 bilhões e em 2017 caiu para US$ 183,5 bilhões.
Na contramão do cenário nacional, o Piauí aumentou o valor arrecadado com a exportação de seus produtos. Em 2016 foram exportados US$ 175.002.250,00, já em 2017 o valor aumentou para US$ 360.736.272,00. Para o Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedet), Nerinho, o governo utilizou a crise como instrumento de desenvolvimento. “Buscamos alternativas para amenizar esse impacto da crise que causa em torno do desenvolvimento econômico, fortalecendo a Câmara de Comercio exterior e capacitando os empresários para fazer negócios internacionais”, pontuou.
A APEX, por exemplo, que promove os produtos e serviços brasileiros no exterior, sentiu também a queda no número de empresa apoiadas. No Piauí, até outubro de 2017 a Apex apoiou 44 empresas no processo de internacionalização que exportaram US$ 56.912.353, 13 instituições a menos do que em 2016, quando 57 empresas piauienses exportaram US$ 11.813.649. Para o embaixador Roberto Jaguaribe, diretor da Apex, “o Brasil dá pouca importância para o comércio exterior e ainda estar atrasado em relação aos demais países”.
O Piauí é um dos estados do Nordeste que possui menos destinos para exportar. O estado remeteu seus produtos para 24 locais no mundo até outubro deste ano e, em 2016, eram apenas 22 destinos de exportação. O Secretário da Sedet acredita que a principal dificuldade do Estado para aumentar a comercialização internacional está na falta de infraestrutura e de desenvolvimento industrial.
Com a meta de aumentar o número de exportações no Estado, o governo criou, junto com a FIEPI, a Câmara de Comércio para estreitar a relação do Piauí com outros países e, além disto, baixou um decreto, este mês, criando o Comitê Estadual de Promoção da Cultura Exportadora. “Vamos buscar parcerias, convênios com o Bando do nordeste, com empresários, para que a gente não fique estagnado, mas melhorar a competitividade das potencialidades do Piauí”, ressaltou Nerinho.
Por: Ithyara Borges - Jornal O Dia