A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o derramamento de óleo cru no litoral brasileiro aprovou 9 requerimentos da deputada federal Rejane Dias que pedem a presença de autoridades do governo para prestar esclarecimentos sobre o caso. Rejane é a única parlamentar do Piauí que integra a CPI e os requerimentos da parlamentar foram os primeiros a serem aprovados pela Comissão.
O primeiro da lista é o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Outras autoridades também receberão a solicitação de presença pela Comissão, como o ministro da Saúde e da Defesa; dirigentes da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), do Greenpeace e da Polícia Federal.
Para a deputada, o governo brasileiro demorou demais a reagir e até agora pouco se sabe sobre os reais impactos, e até as causas da própria tragédia. “O governo federal demorou mais de 40 dias para acionar o Plano Nacional de Contingência Para Incidentes de Poluição por Óleo Em Águas Sob Jurisdição Nacional, por quê? O protocolo internacional, que orienta como deve ser feita a retirada de óleo do mar em casos de vazamento, não foi acionado, por quê?”, questiona a parlamentar. “É preciso ter mais transparência e eficiência nesse processo”, destacou.
_Entenda o caso_
As primeiras manchas de óleo apareceram no litoral da Paraíba no fim de agosto. Logo atingiriam trechos de praias nos nove estados do Nordeste, entre eles o Piauí.
Desde as primeiras ocorrências no Estado, já foram retiradas mais de três toneladas de resíduos oleosos em Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia.
As manchas de óleo também ameaçam o Delta do rio Parnaíba, entre os estados do Piauí e Maranhão. A região é extremamente sensível, pois é formada por um conjunto de 70 ilhas e praias com mangues, igarapés e dunas, e recebe cerca de 100 mil turistas por ano. A principal preocupação é evitar que as manchas cheguem ao rio Parnaíba, que abastece parte dos moradores da região. Entre as autoridades chamadas por Rejane, também está a ANA, a Agência Nacional de Águas que trabalha para evitar que as manchas cheguem aos rios de agua doce.
“Essa oitiva será determinante para o deputado João Campos (PSB/PE, relator da CPI na Câmara) construir seu relatório e cobrar uma reação mais enérgica das autoridades. Estamos falando de um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil, e ainda não sabemos o impacto disso tudo no meio ambiente e na saúde das pessoas” disse Rejane.
Fonte: Ascom