A privatização parece não ter sido a solução para a melhoria da distribuição de energia elétrica no Piauí. Na primeira sessão ordinária de 2020, realizada pela Câmara Municipal de Picos na tarde da quinta-feira (13), os vereadores concentraram as críticas na Equatorial Energia, citando inúmeros relatos de cortes, descaso e má administração.
A vereadora Valdívia Santos (PR) apresentou um projeto de lei, encaminhado às comissões permanentes da Câmara Municipal para receber parecer técnico, proibindo a Equatorial de cortar o fornecimento de energia elétrica para as residências durante finais de semana e feriados. O mesmo vale para a Agespisa.
“O corte de energia e de água só será permitido com a presença do consumidor ou responsável lesado, bem como a sua respectiva autorização; todo consumidor tem que ter o prazo de 24 horas no momento em que ele for notificado, então na próxima semana o projeto será colocado em votação e peço a colaboração de todos os parlamentares”, frisou.
O vereador Francisco das Chagas de Sousa, o Chaguinha (PTB), afirmou que são muitos os relatos de reclamações contra a Equatorial, declarando que a qualidade do serviço despencou desde a privatização. Ele lamentou também o declínio no tratamento aos consumidores picoenses. “Hoje a população é humilhada, é execrada, e não temos um serviço prestado”, protestou o parlamentar.
Chaguinha citou casos de consumidores que tentam fazer a ligação da energia elétrica em residências recém construídas, mas enfrentam a demora de meses, algo que não se verificava antes. O vereador disse ainda que se a qualidade dos serviços não melhorar, a Câmara Municipal deve aprovar a concepção do desenrosco projeto de “persona non grata” para a Equatorial Energia. “Não podemos pagar um serviço que não temos e ainda ser humilhados”, frisou.
As críticas a Equatorial Energia não acontecem apenas na Câmara Municipal de Picos. Diversos deputados estaduais já se manifestaram contra a empresa na Assembleia Legislativa do Piauí.
Privatização
A Eletrobrás/Cepisa foi privatizada pelo então presidente Michel Temer (MDB) no dia 27 de julho de 2017, em leilão cuja única interessada pela aquisição foi a Equatorial Energia.
Fonte: Folha Atual