O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de 72 anos, disse nesta quarta-feira, 18, que seu exame deu positivo para coronavírus. Embora o primeiro exame realizado por ele tenha dado negativo para o vírus, um novo teste, colhido na terça-feira, 17, diagnosticou o contágio pelo vírus. Com isso, sobe para 16 o número de pessoas do grupo que viajou com o presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, na semana passada, e pegaram a doença.
Na quarta, o presidente divulgou em suas redes sociais que o segundo teste, a exemplo do primeiro, não diagnosticou coronavírus.
O primeiro caso envolvendo a comitiva presidencial que foi aos Estados Unidos foi o do secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. Ele voltou ao Brasil na madrugada da quarta-feira passada, no mesmo avião do presidente e de Heleno.
Além do ministro, outros quatro funcionários do GSI que integraram a equipe que acompanhou Bolsonaro na viagem também tiveram diagnóstico positivo para a doença.
Mesmo com o resultado negativo do primeiro exame, a recomendação médica era para que os integrantes da comitiva ficassem em quarentena por mais sete dias até a realização do novo exame.
O próprio Bolsonaro, no entanto, ignorou a orientação e cumpriu agendas diárias desde sexta-feira. No domingo, chegou a participar de manifestações de rua a favor do governo e contra o Congresso. Na ocasião, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, teve algum tipo de contato com 272 pessoas.
O contato com uma pessoa infectada é uma das formas de transmissão do coronavírus. O presidente foi criticado por infectologistas e até por aliados por expor os manifestantes ao risco de contaminação pela covid-19 (caso esteja com o vírus incubado).
Heleno também não ficou em isolamento total e despachou em seu gabinete no Palácio do Planalto mesmo após a confirmação de que teve contato com alguém infectado.
O ministro faz parte do grupo de risco da doença por causa da idade. A taxa de letalidade do vírus é considerada baixa (entre 2% e 3%, segundo a OMS), mas o número sobe para 8% em pacientes de 70 a 79 anos e chega a 15% em maiores de 80 anos, conforme estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China.
Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) com base em dados de pacientes chineses apontou mortalidade de quase 22%.
Fonte: Estadão Conteúdo