A crise causada pelo coronavírus afetou diretamente a arrecadação dos estados. No Piauí, segundo o superintendente de gestão da Secretaria de Fazenda, Antonio Luiz, em maio a previsão é que a receita caia em até 40%. O gestor participou da videoconferência transmitida pelo Cidadeverde.com que discutiu os impactos da pandemia nos mais diversos setores da economia. A videoconferência foi mediada pelo jornalista Elivaldo Barbosa e contou com a participação ainda do presidente da Aprosoja, Alzir Neto; o gerente executivo do Banco do Nordeste no Piauí, Mirócles Silva, além do deputado estadual Henrique Pires; do economista Fernando Galvão e do consultor de mercado, Danilo Moura.
“Como está a economia com esta crise será impossível a maioria dos estados chegar em junho sem colapso nas contas públicas. Por isso, a urgência na aprovação do auxílio aos estados. Estamos esperando a volta da economia para ver como vai ser a reação das empresas e como será a arrecadação por diante. Estamos esperando no mínimo uma queda de 40% na arrecadação em maio”, disse o superintendente.
Antonio Luiz ressaltou os cortes de despesas feitos pelo governo e que 2020 começou “arrumadinho”, até vir os efeitos da pandemia. “Abril foi um mês parado com perdas de 30% na arrecadação”, disse, destacando que apenas o governo federal é capaz de contornar a crise.
“Só tem um ente que pode resolver o problema, que é o governo federal. Somente ele pode imprimir moeda para colocar no mercado. O auxilio aos estados é pra dar um fôlego e não quebrar os estados. Pelos menos para que os governos mantenham os serviços essenciais até a economia voltar", destacou.
Para o presidente da Associação de Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja), Alzir Neto, a solução para a crise deve ser conjunta. “O agronegócio tem mantido o seu trabalho. Temos criadas as barreiras sanitárias nas fazendas para não deixar se alastrar a covid-19. O próprio isolamento natural já ajuda. Vamos continuar trabalhando e levando a economia. A gente tem que ter uma solução coletiva”, declarou.
Durante a videoconferência, Alzir revelou que 90% da produção de soja do estado já está vendida, boa parte para o mercado externo. “A soja piauiense vai muito pouco para o mercado interno. Temos muito ainda por desenvolver. Ainda somos bastante vendedores para a China. 90% da nossa produção está toda vendida. Mais da metade para o mercado externo. O fluxo de navios para a China continua sendo intenso”, comentou.
Energias renováveis
Outro ponto abordado na videoconferência foi o crescimento das energias renováveis no Estado. Segundo o gerente executivo do Banco do Nordeste no Piauí, Mirócles Silva, a instituição tem sido bastante procurada para financiamentos.
"Nossas linhas de crédito têm sido bastante procuradas para energia renovável. O banco financiou alguns parques eólicos, como também tem as linhas de credito para atender residência e produtores rural. Temos um retorno muito bom. Em 2019 nós fomos a superintendência que mais aplicou o FNE sol pessoa física", destacou.
Segurança alimentar
O economista Fernando Galvão destacou que o agronegócio responde por 91% da produção agrícola e que a agricultura famíliar precisa de incentivo. "91% é agronegócio e todo o resto é agriculta familiar. Uma saída para agricultura familiar são as cooperativas. Temos que garantir a segurança alimentar e isso é da agricultura familiar", declarou.
Da Redação
Fonte: Cidadeverde