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Brasil registra quase 4 mil mortes por Covid no dia e fecha pior mês da pandemia com 66,8 mil óbitos

Com 66 mil mortes, Brasil é dizimado em março e deve ter abril ainda pior

01/04/2021 | Redação
Mortes no Brasil em 24h equivalem à soma dos outros países do top 10 / (foto: Nelson Almeida/AFP)

O Brasil voltou a ter seu pior dia da pandemia, com o recorde de 3.950 mortes por Covid registradas nas últimas 24 horas, totalizando nesta quarta-feira (31) 321.886 óbitos. Com isso, o mês de março se encerra com o montante de 66.868 óbitos. Isso é mais do que o dobro das mortes anotadas em julho de 2020, o segundo pior mês da pandemia --quando registramos 32.912 vítimas da doença. 

A média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.971, pior marca no índice pelo 6º dia consecutivo. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +42%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença. A média indica que o Brasil anotou pela 1ª vez mais de 20 mil óbitos em uma semana.

É o que mostra novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h de quarta.

Já são 70 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de mil; o país completa agora 15 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia; e já é o quinto dia com a média acima da marca de 2,5 mil, aproximando-se agora da média de 3 mil vidas perdidas por dia.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 12.753.258 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 89.200 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 75.154. Isso representa uma variação de +5% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.

Dezesseis estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortes: ES, MG, RJ, SP, DF, GO, MS, MT, AP, TO, AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN.

O consórcio também levantou que onze estados estão em seu pior momento da pandemia até aqui, colocando como parâmetro a evolução da média móvel de mortes de cada um deles: DF, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PB, PI, SC e SP.

 

Negligência do governo

 

Somente no pior momento da pandemia é que o Brasil formou um comitê nacional de prevenção à doença, composto pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do presidente do senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do ministro da Saúde, o recém-empossado Marcelo Queiroga. Eles prometeram trabalhar para agilizar a liberação de recursos para medicamentos, UTIs e vacinas e a adoção de medidas de isolamento em conjunto para diminuir o contágio do vírus. 

A conduta negligente do Brasil repercutiu em todo o mundo, culminando em críticas pesadas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos países vizinhos. Por causa do alto índice de mortes, várias nações também proibiram a entrada de brasileiros, como Portugal e Peru.

No início, Bolsonaro sempre deixou de lado a quarentena e pediu que os brasileiros voltassem ao trabalho, num momento em que todo o mundo ficou em quarentena. 

A comparação do país com outras nações é acachapante: enquanto quase 4 mil vidas são dizimadas diariamente no território verde-amarelo, os demais presidente valorizam o fato de somarem menos de 1 mil mortes em 24 horas.

Tudo isso ocorre em meio ao surgimento de variantes da COVID-19, vindas do Amazonas, da África do Sul e do Reino Unido. Especialistas dizem que elas contaminam muito mais que a versão que aparecem no ano passado. “A primeira coisa que deveria ter sido feita era fechar o estado do Amazonas e proibir voos vindos da Inglaterra. Nada foi feito”, afirma o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, Domingos Alves, ao Estado de Minas.

 

Vacinação lenta

 

Enquanto isso, a vacinação avança lentamente. Até o momento, em torno de 8% da população recebeu a primeira dose e 2,3% está totalmente imunizada com uma das duas vacinas disponíveis no país: a chinesa CoronaVac e a anglo-sueca da AstraZeneca.

A crise da saúde anda de mãos dadas com a crise econômica. O desemprego passou de 11,2%, em janeiro de 2020, para 14,2%, em janeiro deste ano, afetando 14,3 milhões de pessoas.

 

Fontes: G1 Globo, Estadão e Estado de Minas

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