Em reportagem exibida quinta-feira, 06, pela TV Record no programa “Repórter Record Investigação”, foi mostrada a realidade de meninas de Oeiras, no Piauí, que se casam e engravidam antes dos 18 anos, o que é considerado casamento infantil.
Os casamentos infantis são em sua maioria informais e não constam nos dados oficiais, pois a maioria das meninas tem menos de 18 anos, e não podem se casar na oficialidade “de papel passado”.
Perante a lei, a união informal ou formal de uma pessoa menor de idade é considerada casamento infantil. Não são aceitos casamentos antes dos 16 anos e a partir dessa idade é necessária uma autorização dos pais ou do juiz.
Durante a reportagem, várias jovens são entrevistadas, mantendo suas identidades não reveladas e identificadas apenas por iniciais. M. é uma delas, com apenas 17 anos conta que se casou com um homem de 35 anos quando tinha apenas 15.
R. de apenas 15 anos casou-se com o companheiro após descobrir uma gravidez. V., também de 15 anos engravidou do companheiro, sua mãe a teve com apenas 12 anos. É como se a história se repetisse, mães jovens sendo avós jovens também.
Belisnayra Sousa de 21 anos é outra mulher que se casou muito jovem, com apenas 16 anos e logo em seguida descobriu uma gravidez. Ela afirma ter se arrependido do casamento, mas já era tarde porque agora teria um filho. “Agora eu tenho uma família, agora é que eu tenho que seguir mesmo”, desabafa.
Segundo o IBGE, em 2019 21.769 meninas de até 17 anos se casaram oficialmente no Brasil. Se comparado aos meninos, o número é bem menor, 2.203 meninos viraram maridos neste mesmo período.
A reportagem ainda revela que essas meninas geralmente vivem numa situação de vulnerabilidade social, familiar e econômica e que quando se casam e tem filhos, automaticamente param de estudar e que a maternidade influi diretamente na baixa auto estima das jovens. A falta de informações sobre métodos contraceptivos é outro fator presente na realidade das meninas.
Por Sheron Weide