Matéria / Politica

TSE cassa mandatos de 05 vereadores na cidade de Gilbués do Piauí

Foram cassados os vereadores: Júnior, Anderson, Júnior da Boa Vista, Dimas Medeiros e Henrique Guerra

13/09/2023 | Redação
O motivo é por caracterizar burla à lei eleitoral por candidaturas laranjas de mulheres / (Foto: Lupa 1)

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, na noite última terça (12), que o Progressistas (PP) de Gilbués fraudou a cota de gênero prevista na legislação eleitoral ao lançar três candidatas fictícias à Câmara Municipal nas Eleições 2020.

A Corte decretou ainda a nulidade dos votos recebidos pelo PP para o cargo de vereador, bem como determinou a cassação dos diplomas dos candidatos e o recálculo dos quocientes eleitoral e partidário.

Cinco vereadores foram cassados com a decisão, Júnior que obteve 412 votos, Anderson que também obteve 412 votos, Júnior da Boa Vista com 352, Dimas Medeiros que conseguiu 347 votos e Henrique Guerra com 327 votos. Os suplentes e todos os votos do partido foram anulados.

A decisão foi tomada durante julgamento de recurso interposto pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), que entendeu que a fraude à cota de gênero não ficou comprovada por inexistência de “provas robustas e incontestes”.

 

Voto do Relator

Ao julgar o caso, o relator, ministro Benedito Gonçalves, afirmou que a votação ínfima, a movimentação padronizada de recursos e a ausência de atos efetivos de campanha, com a consequente falta de engajamento no período eleitoral, caracterizam a intenção de fraudar a cota de gênero.

O relator lembrou que uma das candidatas “nem sequer votou em si mesma” e citou jurisprudência da Corte Eleitoral, segundo a qual, a juntada de santinhos de campanha aos autos não afasta a fraude, “por se tratar de material gráfico que pode ser produzido a qualquer tempo, inclusive depois de proposta a ação”.

No que se refere à prestação de contas, duas circunstâncias chamaram atenção do relator: a completa ausência de registro de despesas com materiais de campanha e ajustes contábeis absolutamente idênticos. “O intuito da fraude fica, portanto, ainda mais evidente”, afirmou Gonçalves.

Relator da matéria, Benedito Gonçalves - (Antonio Augusto/Secom/TSE)

 

Legislação Eleitoral

A Lei nº 9.504/1997 (artigo 10, parágrafo 3º) determina que cada partido reserve o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A finalidade da norma é propiciar maior participação das mulheres nas atividades político-eleitorais.

 

Entenda o Caso

O Diretório Municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a coligação Trabalho e União para Seguir Avançando ajuizaram Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) contra Ana Vitória Pereira Xavier, Lacy Verônica Fernandes Figueredo e Vilma Pêssego Vogado, sob a alegação de que elas foram lançadas candidatas ao cargo de vereador de modo fictício para atingir o número determinado pela legislação. As candidatas tiveram, respectivamente, 8, 7 e 6 votos.

O TRE do Piauí julgou os pedidos improcedentes. O Regional reconheceu a existência de fortes os indícios nos autos quanto ao descumprimento da cota de gênero, mas apontou que a votação ínfima, a ausência de atos de campanha e a apresentação de prestações de contas padronizadas não comprovam, por si sós, a intenção de burlar legislação, e que os testemunhos produzidos nos autos do processo foram contraditórios.

Fachada da sede do Tribunal Superior eleitoral em Brasília - (Marcelo Casal JR/ Agência Brasil)

Com informações do Portal O Dia

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