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Menina de 7 anos mata quatro em ataque suicida na Nigéria

Segundo testemunhas, garota estava próximo a um mercado em Potiskum, no Noroeste do país

23/02/2015 | Edivan Araujo
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Um ataque suicida realizado por uma menina de 7 anos no domingo (22) provocou quatro mortes e feriu 46 pessoas gravemente em um mercado em Potiskum, capital econômica do estado de Yobe, no Noroeste da Nigéria. É o segundo atentado provocado por meninas contra o mercado Kasuwar Jagwal desde o início do ano.

Segundo várias testemunhas, o ataque ocorreu às 13h25 (horário local) quando a menor se explodiu no mercado Kasuwar Jagwal, após discussões com os guardas e membros das milícias de autodefesa que tentaram proibir a entrada da garota devido à idade e a suspeitas sobre suas intenções. Ela acabou conseguindo entrar por outro lado.

— Ele abaixou para se esquivar dos seguranças e se explodiu — relatou Buba Lawan, chefe de uma milícia de autodefesa local.

Até o momento, nenhuma organização reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que tem semelhança aos praticados pelo Boko Haram e aumenta os temores de que o grupo extremista islâmico nigeriano esteja usando vítimas de sequestro como suicida.

O mercado foi alvo de atentado no último 11 de janeiro, quando duas meninas se explodiram, causando sete mortes.

O ataque coincide com informações que apontam que o Exército da Nigéria está recuperando o controle de cidades e aldeias das mãos do Boko Haram, embora os extremistas ataquem outras comunidades do Noroeste do país.

Enquanto os países vizinhos da Nigéria organizam uma resposta militar, o chanceler francês, Laurent Fabius, convocou as autoridades nigerianas a se comprometerem "totalmente" contra o grupo islâmico.

Desde 2009, mais de 13 mil pessoas foram mortas e mais de um milhão foram deslocadas na Nigéria com o surgimento de Boko Haram e a repressão pelas forças nigerianas. O grupo, cujo reduto fica no Noroeste do país, expandiu seus ataques para o Chade, Níger e Camarões.

Em uma entrevista ao jornal "This Day" publicada no domingo, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, admitiu ter "subestimado" o grupo.

Fonte: O Globo

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