Matéria / Cidades

Em artigo Júnior Nobre fala sobre a cultura picoense

O empresário fala da potencialidade da cultura picoense

30/11/2015 | Edivan Araujo
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Dentre muitos conceitos, cultura pode ser aquilo que motiva e estimula as trocas entre indivíduos. A troca ou comunicação pode ser através de várias linguagens como a dança, as artes plásticas, a música ou a literatura. Todas essas formas que utilizamos para alcançarmos um vínculo maior conosco e com o outro. Em Picos, vejo uma potencialidade muito grande de futuros talentos. Crianças e jovens talentosos que nunca terão consciência de suas capacidades. Pensando nisso, resolvi refletir sobre o incentivo à cultura na nossa cidade. E não precisa ir muito longe, conversando com amigos que estão mais envolvidos nesse assunto, descubro que muito pouco (ou quase nada) é feito. A nossa Secretaria Municipal de Cultura não possui projetos ou programas que possam alcançar as crianças e jovens que vivem nas áreas periféricas. E que são, justamente, aqueles que mais necessitam de ações que estimulem a criatividade. Atividades que as tirem ou as façam passar menos tempo na rua, a mercê das drogas, do tráfico e de situações de abuso em geral. Segundo o estudo Global Index 2015, do instituto francês Youthonomics, o Brasil está entre os cinco piores países para jovens em ranking sobre as perspectivas econômicas para a população abaixo dos 25 anos de idade. Ou seja, poucos são os investimentos e consequentemente poucas serão as oportunidades. As manifestações culturais são um outro quesito pouco pensado. Mesmo sendo uma cidade de localização estratégica, com bons hotéis, raros são os eventos como festivais de música, gastronômicos ou de artesanato. Mesmo possuindo uma identidade cultural forte, pouco é feito para fortalecê-la ainda mais. Por que não fazermos também um Festival do Mel e do Caju, ou um Festival da Música Regional, ou de Feira de Escritores e de Literatura? Cidades menores e menos desenvolvidas economicamente do que a nossa conseguem promover eventos relevantes, atraem turistas, geram renda para a população e ainda estimulam o talento local. Isso eleva a autoestima dos conterrâneos. No meu primeiro artigo, defendi que uma cidade que não conta com investimentos em infraestrutura tem dificuldade de atrair investimentos do setor privado e isso vale também para a cultura. Uma cidade limpa, com acesso a transporte público de qualidade e com espaços adequados é mais interessante tanto para o turista quanto para os investidores, além de estimular patrocínios e aumentar a credibilidade da população. Afinal, quando pensamos em lazer, pensamos em conforto, segurança e praticidade. E aí, será que Picos pode oferecer isso para os que aqui residem e para os visitantes!? Precisamos de investimento nos pontos de apoio educacionais, como a escola e os grupos de bairro, pois assim conseguiremos encontrar novos talentos e poderemos oferecer-lhes um espaço adequado para divulgarem seus trabalhos. Infelizmente, andamos tão cabisbaixos com a nossa realidade que não percebemos que a nossa cidade pode se tornar um local de cultura, um celeiro de talentos e de oportunidades. Por isso, temos que fazer sempre mais, senão, do jeito que está, nossa cultura será apagada de nós. Por Júnior Nobre empresário e funcionário público federal

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