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Piauienses mudam suas profissões para superar crise que assola o país

No Estado, o desemprego cresceu quase 8% (7,5%) entre 2014 e 2015

11/04/2016 | Edivan Araujo
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Para muitos piauienses que estão em busca de emprego, a saída para superar a crise que atingiu em cheio o mercado de trabalho de todo o país está sendo aceitar uma vaga em outra profissão. No Estado, o desemprego cresceu quase 8% (7,5%) entre 2014 e 2015.

Só em janeiro deste ano, segundo dados do dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, quase 10 mil demissões foram realizadas em todo o Estado. Em fevereiro foram perdidos 3.475 empregos. Os setores que mais demitiram foram industrial e comércio. O número total de desocupados no Piauí é de 107 mil.

Formada em administração, Karine Sousa trabalhou por dois anos no setor administrativo de uma construtora da capital. Com a crise, ela perdeu o emprego e teve que procurar outro meio de ganhar dinheiro e acabou se empregando num restaurante. "Tive me adaptar à realidade e trabalhar com algo que não foi o que escolhi como profissão. Como já cozinhava e atendia algumas encomendas de amigas, resolvi seguir com o ramo da gastronomia e trabalhar em restaurante", comentou a jovem.

Mudar de profissão não foi a única saída encontrada por Karine. Para complementar a renda, ela passou a vender confecções e bolsas. "Não bastou ter que realocar no mercado de trabalho. Como a crise não para de crescer eu tive que buscar outras saídas. Difícil um brasileiro hoje em dia não ter mais de uma opção de renda", acrescentou.

No caso de Isabel Chagas, toda a qualificação como analista de sistemas, com graduação e especializações, não serviu para segurar o emprego que tinha. Depois de quatro meses de procura por outro ela acabou aceitando a vaga de vendedora numa loja de um shopping na zona Leste da cidade. Alguns meses depois, virou gerente na mesma empresa e ainda não conseguiu voltar a atuar na sua área.

"Na verdade eu não estou abdicando da minha carreira de analista de sistemas. Eu espero que o país melhore logo e que no futuro o mercado volte a ser mais atrativo. Quero crescer na carreira que eu escolhi", comentou.

A situação não está difícil só para quem mora na capital. Em Picos, a 306 quilômetros ao sul de Teresina, a jovem Armanda Gomes conta que se formou em técnico em enfermagem, começou a atuar na sua área, mas depois de um corte no número de funcionários do hospital em que trabalhava, passou a trabalhar como caixa de uma farmácia.

"Pior seria ficar sem trabalhar. Ainda sou uma das poucos que está escapando porque consegui outro emprego depois da demissão. E vou segurá-lo com toda a garra e a esperança de voltar para a enfermagem" afirma.

Fonte: Com informações do jornal Diário do Povo

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