O coordenador do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT) afirmou nesta quinta-feira (10) que o mega-aumento na gasolina, no gás de cozinha e no diesel anunciado pela Petrobras mostra que o Brasil "perdeu o controle".
Os governadores têm sido atacados por Jair Bolsonaro (PL), que tem apontado o valor do ICMS como responsável pelos altos preços dos combustíveis. Eles refutam o argumento do presidente, mas mesmo assim decidiram congelar o imposto, o que perdura desde novembro do ano passado.
"Não é o ICMS que causa os reajustes de gasolina e óleo diesel, é a Petrobras e a indexação sem sentido com o preço internacional. O país perdeu o controle. Tirando dinheiro dos mais pobres e enchendo o bolso dos mais ricos", afirma Dias.
O governador do Piauí afirma que o congelamento tem custado cerca de R$ 1,3 bilhão por mês aos estados, e que agora o governo federal e a Petrobras têm que dar as suas contribuições.
"É claro que governadores e prefeitos querem uma solução para o alto preço dos combustíveis, mas é preciso que a gente faça isso resolvendo o problema sem criar outro", afirma, em desaprovação a soluções como uma política de subsídios temporária, estudada pelo governo federal.
Dias critica a política de preços da Petrobras, o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação), que transmite quase automaticamente para as bombas de combustíveis a alta do petróleo no mercado internacional, e defende a criação de um Fundo de Equalização dos Combustíveis.
Pressionada pelo avanço das cotações do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) reajustes nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. As altas entram em vigor a partir de sexta-feira (11).
No caso da gasolina, o reajuste para as distribuidoras é de 18,8%. O preço médio passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o aumento é ainda maior, de 24,9%. O valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.
Fonte: Folhapress (Fábio Zanini)