Matéria / Polícia

Número de casos de lavagem de dinheiro cresce 2.456% em 10 anos

Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda revela que Piauí já registra quase 9 mil casos suspeitos de lavagem.

22/10/2014 | Edivan Araujo
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De janeiro a setembro deste ano, o Piauí já registrou quase 9 mil casos suspeitos de lavagem de dinheiro. Os dados são do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda, que atua no combate aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O número de casos cresceu 2.456% nos últimos dez anos.

Em 2004, segundo dados do COAF, foram registrados 419 casos de lavagem de dinheiro no Piauí. Em 2010, o número saltou para 5.478 e no ano passado foram registrados 10.293 casos. A cada ano os números têm sido crescentes. No Nordeste, foram contabilizados 123.650 casos este ano e, em todo país, somente este ano já foram registrados 827.478 casos.

Apesar dos números serem altos, o Piauí é o que registra o 11º menor número de casos registrados do país e o quarto menor do Nordeste. Em todo país, os maiores índices de casos suspeitos de lavagem de dinheiro foram registrados em São Paulo que, de janeiro a setembro, já contabiliza 308.025 casos. Na outra ponta do ranking vem o Acre, que contabilizou até agora 2.127 casos.

A “luz amarela” do Coaf ascende quando se detecta alguma operação atípica, ou seja, quando se verifica anormalidade frente ao perfil do cliente, ou automática, quando se detecta operações em espécie acima de R$ 100 mil. A lavagem de dinheiro tem sido vista como um problema social.

Os casos de lavagem de dinheiro são os mais diversos, vão desde os pequenos sorteios e loterias até a corrupção na gestão pública, como a improbidade administrativa ou fraudes em licitações. Outros casos também vêm de lavagem de dinheiro por meio do tráfico de drogas, que têm sido cada vez mais comuns. Lavagem de dinheiro é uma prática que se usa para tentar esconder a origem ilícita de recursos ou bens patrimoniais para que os mesmos possam aparentar ter origem lícita.

A dificuldade é maior por conta do envio dos recursos “lavados” para paraísos fiscais, na maioria das vezes. Dessa forma, a Justiça muito pouco tem conseguido o repatriamento (reenvio dos recursos desviados para o país de origem e, consequentemente, aos cofres públicos).

Fonte: Jornal O Dia

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