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Diante da estiagem severa que afeta dezenas de municípios do Piauí, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, anunciou a expansão de tecnologias sociais para ampliar o acesso à água e fortalecer a convivência com o semiárido.

Ao todo, segundo ele, o governo federal prevê a instalação de 56 mil sistemas voltados à captação, armazenamento e tratamento de água em toda a região Nordeste. A entrevista foi concedida ao PortalODia.com nesta terça-feira (22), durante o programa ‘Bom dia, ministro’, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

“Nós estamos trabalhando um modelo que é um sistema de tecnologia social, que faz a captação dos córregos ou de poço tubular, e a partir dali, faz o tratamento da água para garantir o consumo das famílias. Já implementamos sete mil sistemas desse modelo de tecnologia social na Amazônia e aproximadamente 56 mil estão previstos para a região nordeste”, afirmou Wellington Dias.

O anúncio ocorre em meio a uma das secas mais rigorosas dos últimos anos no estado. De acordo com o ministro, o cenário atual se diferencia das estiagens comuns no Nordeste, por afetar todo o ciclo de chuvas esperado, o que tem comprometido a produção de alimentos e o abastecimento de água em comunidades rurais.

“Este ano foi o que chamamos de um ‘teriço’ no Nordeste. Ou seja, o período todo que era para chover, de janeiro a maio, não teve as chuvas necessárias. É algo muito grave”, alertou.

O ministro explicou que o governo federal atua em duas frentes: uma de ajuda humanitária imediata, com distribuição de cestas básicas e transferência de renda para famílias que perderam suas lavouras; e outra de investimentos permanentes, como adutoras, cisternas e sistemas de irrigação.

Entre as obras estruturantes em andamento, ele citou a implantação de adutoras nas regiões de Jaicós e Jacobina, além de incentivos à construção de cisternas e sistemas de coleta de água da chuva.

“É possível perfurar poços, instalar adutoras e garantir que as famílias tenham cisternas para captar a água quando chove. E mesmo quando não chove, é possível usar o sistema de irrigação com o que foi armazenado”, afirmou.

Wellington Dias também chamou atenção para o fortalecimento de atividades produtivas que se adaptam bem ao clima da região. Ele esteve recentemente no interior do Piauí, em ação conjunta com a Codevasf e o Ministério da Agricultura, entregando colmeias e equipamentos agrícolas.

“Abelha convive bem com o semiárido. Caprinos, ovinos também. São animais e culturas que resistem à seca e ajudam a garantir segurança alimentar e geração de renda”, explicou.

Para ele, as ações integradas têm como objetivo não apenas mitigar os efeitos imediatos da seca, mas preparar o semiárido nordestino para os impactos crescentes das mudanças climáticas.

Com informações do Portal O Dia