/ (Fotos: Raíssa Morais / Meio News)
Prevenção, educação e repressão à criminalidade: a união desses três eixos está sendo implementada nas escolas públicas do Piauí por meio do projeto "Papo com a PC", relançado nesta sexta-feira (8).
A ação visa aproximar os estudantes da Polícia Civil do estado, por meio de palestras e rodas de conversa, desmistificando a imagem da corporação como sendo apenas um órgão de repressão.
Ao MeioNews, o delegado-geral Luccy Keiko enfatizou que a iniciativa busca criar um elo de confiança e colaboração, no qual a polícia não apenas reprime o crime, mas também atua na sua prevenção.
Segundo ele, o projeto foi iniciado em 2018, mas ocorria de forma esporádica. Agora, será institucionalizado, permitindo que as palestras se tornem mais constantes e abrangentes. A expectativa é que o projeto atinja milhares de alunos, além de funcionários e professores.
“Sabemos que as escolas que formam os jovens precisam de orientações sobre segurança pública. Segurança pública de uma maneira geral, tanto para que se protejam de crimes digitais, se protejam de drogas, para que não sejam cooptados por traficantes, por faccionados, para que saibam como proteger os grupos em situação de vulnerabilidade. Mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência. Então é um ambiente onde também o jovem pode informar aos policiais o que está acontecendo na sua área, na sua região, na sua residência. Vamos nos colocar à disposição das escolas sempre que precisem, sempre que precisem”, pontuou o delegado.
O “Papo com a Polícia Civil” é fruto de um termo de cooperação entre a Secretaria da Educação, a Secretaria de Segurança e a Secretaria da Saúde.
Segundo Viviane Faria, superintendente de ensino da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), o projeto irá abordar temas como o ciberbullying e as influências externas negativas.
É trazendo essa conversa, desmistificando o trabalho da polícia como repressora e trazendo ela como uma parceira da escola e fazendo um trabalho preventivo. Esse é o ponto principal. A gente tem que prever as ações e nada melhor que um bom papo daqui, principalmente para os jovens, para que a gente possa desenvolver esse trabalho. Nós temos um calendário de palestras com a doutora Bruna e a doutora Adriana. Elas são articuladoras junto conosco da Secretaria da Educação, já tiveram reuniões com o secretário Washington Bandeira. Já tem uma programação para acontecer no estado todo, em todos os municípios, nos maiores municípios, para que isso seja um contínuo”, destacou a superintendente.
Primeira Palestra
Dando início às atividades, o delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), alertou os jovens sobre os riscos de decisões erradas na adolescência e a importância de escolherem suas amizades com sabedoria.
Segundo o delegado-geral, a escolha de Charles para abrir a série de palestras se deu por ele ser visto como uma figura representativa no combate ao crime, especialmente no que diz respeito à inclusão de menores em facções criminosas.
“Relatar casos práticos que a gente se deparou no decorrer desse processo de combate da criminalidade, demonstrando, realmente, a importância dessa ferramenta educacional, da valorização do ensino. Da valorização da educação, da família, da liberdade, e sempre com um diálogo muito forte, com um discurso muito forte de dizer não para a criminalidade. O crime é por ilusão, o crime não traz nenhum benefício. O crime destrói a família, destrói o próprio criminoso. O criminoso perde a liberdade, perde a vida, perde a dignidade”, afirmou o delegado Chales Pessoa.
Para Hermeson Ítalo, de 17 anos e estudante do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC), a ação vai além de reduzir a criminalidade. Segundo o jovem, por meio da iniciativa, os alunos podem se espelhar nos agentes e se interessar pela atuação nas forças de segurança, como é o seu caso. Ele destacou que pretende seguir carreira na Polícia Militar.
Com informações do Meio News
