Matéria / Esportes

Romarinho vive em um ano desemprego, rejeição de clubes da Série B e salário de R$ 4 mil

29/06/2012 |
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Romarinho foi rejeitado por alguns clubes antes de se transferir para o Bragantino

Novo xodó da torcida corintiana, Romarinho viu em menos de um ano sua vida dar saltos gradativos e surpreendentes que vão do desemprego e vontade de abandonar o esporte até o estrelato e gols decisivos contra o arquirrival Palmeiras e o Boca Juniors, este na final da Libertadores.

Em 2011, depois de disputar o Campeonato Paulista pelo São Bernardo e ser rebaixado e pouco utilizado, Romarinho ficou sem clube por quatro meses. Voltou para Palestina, no interior de São Paulo, e ficou treinando em um campo da cidade, algumas vezes sozinho, e outras com um preparador físico.

“Ele ficou muito desmotivado nesse período. Ficava lá em casa chateado e chegou a pensar em abandonar a carreira”, contou a impremsa o irmão do jogador, Ronaldo da Silva, que trabalha em um posto de gasolina da cidade.

Neste meio tempo, ele mandou vídeo para alguns clubes na tentativa de interromper a inatividade. Foi rejeitado por times como Guarani, Criciúma e São Caetano, lembra o irmão. Até que surgiu a chance de ir para o Bragantino.

“Terminou o Paulista pelo São Bernardo e ficou parado, sem clube. Foi dispensado. Mas eu já tinha o observado antes, nos tempos de Rio Branco e tentado trazê-lo. Aí surgiu essa chance”, contou Marcelo Veiga, técnico do Bragantino.

O atacante tinha seus direitos vinculados à Traffic. E ela abriu mão facilmente para o jogador ter passe livre e acertar com o clube de Bragança Paulista.  “Como a Traffic não tinha interesse mais no jogador, trouxemos ele para o Bragantino. Ele falou ´eu me entendo com a Traffic´ e conseguiu a liberação. Eles não tinham mais interesse nele”, falou Marco Antônio Chedid, presidente do Bragantino.

Passou de julho de 2011 até o mês passado morando no estádio do Bragantino, em um complexo hoteleiro montado para os jogadores, e ganhando um salário de R$ 4.000. Até ser negociado com o Corinthians no final de maio.

Foi para o clube do Parque São Jorge para ganhar aproximadamente dez vezes a mais do que no clube do interior. Seus direitos federativos são picotados em três partes: 40% do Corinthians, 10% do Bragantino e 50% do empresário Carlos Leite.

Hoje mora em um apartamento próximo ao CT Joaquim Grava, em Itaquera, junto com os pais. Os dois irmãos ficaram em Palestina.

E nos últimos cinco dias fez três gols. Dois em uma virada sobre o arquirrival Palmeiras, no domingo. E na quarta, um gol em plena La Bombonera, contra o Boca Juniors, em uma final da Taça Libertadores da América. E ele pouco comemorou.

“Isso é a essência dele, simplicidade e tranquilidade.  Temos que buscar isso. Ele é exatamente dessa forma. Não podemos deixar que o assédio atrapalhe”, falou o agente Carlos Leite.

O empresário também atua como um conselheiro do jogador e diz que o melhor a se fazer nos próximos dias é uma espécie de blindagem do atleta. Apesar de a recomendação ser essa, diz que isso também depende do Corinthians.

“No futebol tudo é muito rápido. Você sobe e desce muito rapidamente. Tem que ter pés no chão. Sempre damos exemplo de casos de jogadores que apareceram bem, mas foram de um campeonato só”, falou o agente.

“Ele tem que ter os pezinhos no chão. Temos que ter tranquilidade para saber conduzir. Agora é normal que toda a imprensa queira falar com ele. Na minha opinião ele tem que ficar focado e ser preservado. Mas é minha opinião. Quem tem que conduzir isso é o Corinthians, que é  o patrão”, continuou.

 

Fonte: UOL

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